terça-feira, 19 de maio de 2009


Aprendi a trazer-te no coração, num lugar protegido onde ninguém te pudesse fazer mal. Não mostras, mas sei que és das pessoas mais frágeis. Ergues um muro inderrubável à tua volta e poucos são aqueles que o conseguem transpôr, escondes-te por trás de uma muralha com medo de sofrer e ages friamente. Tu não és assim! Tu sabe-lo e custa-te empurrar alguns dos que gostas por um orgulho que fala sempre mais alto. Sempre me disseste a medo “Eu sou uma pessoa difícil”, mas nunca me assustaste com isso. Às vezes é difícil domar-te, contornar o teu lado duro, mas com cuidado sei chegar ao teu outro eu. Lá, é um dos lugares mais bonitos que conheço! Gostava que um dia conseguisses olhar para ti e acreditasses que vales muito. Tem sido assim, que por entre um desafio e grandes batalhas, te fui descobrindo e apaixonando-me desmedidamente. Gosto quando deitas fora todas as armaduras com que te cobres e pedes que te abrace e proteja. Ficas pequenino, tão pequenino que cabes no meu abraço. E eu deleito-me nesta tua ternura. Gosto quando pedes que não te largue, quando sem medos choras o que te magoa e os receios que te assaltam. Nesses momentos dou tudo de mim e sinto-me gigante. Sinto-me a melhor por te ter comigo, tão verdadeiro. Então dou tudo de mim e escondo-te dos maus e dos fantasmas, somos só tu e eu. E foi assim que aprendi que guardar-te no coração era a melhor forma de te proteger.
Nem todos têm este privilégio, ver-te realmente como és. Perdem muito por isso e tu também, mas aos poucos tenho-te visto a trazer sentimentos ao mundo. Pode haver quem não te compreenda, quem te ponha de parte ou critique mas eu aprendi a compreender-te com o tempo, a saber ler-te no silêncio e no olhar. E sabes uma coisa? Gosto desta nossa capacidade de nos conhecermos, sem que os outros saibam! É como se fosse um segredo só nosso!
Nunca tinha sentido tão grande responsabilidade: cuidar de alguém! Não é tarefa fácil, mas quando feita do coração não custa. E contigo é assim, não custa! Mas o medo de falhar nunca me largou. Magoar-te é proibido! Era! Sim, eu sei. Já pus o pé em falso...já quebrei a proibição! E acredita, não há pior castigo que esse. A culpa que pesa no peito, que arrasta o andar e que dói ao respirar. Imagino o que sentes, conheço-te demasiadamente bem para supor. Eu sei que todas as desculpas serão poucas, mas desculpa-me do fundo do coração. Sei que fui contra um dos grandes valores que defendes, mas acredita que não o fiz de coração. E sabes o que dói mais? Saber que não merecias, que tens sido verdadeiramente perfeito para estares assim e por isso magoa mais. Gostava tanto, tanto, tanto que parásses um momento e me ouvisses, olhasses para mim e acreditasses que o brilho nos meus olhos é o mais sincero que tenho para ti. Grita, bate-me, revolta-te, mas falemos com verdade. E no fundo, quero acreditar que o que nos une vai ser mais forte que o meu erro e que no final vais pedir-me que te abrace e te proteja do que te assusta para sempre...para todos os sempres!

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