sábado, 14 de abril de 2007

(re)Inventar-te...



Gosto de fechar os olhos e (re)inventar-te mais uma vez! Gosto de te sentir assim perto de mim, como se fizesses parte do meu mundo! És tão perfeito que era impossível seres real! Será que se tivesses respirado só mais uma vez, será que se não tivesses viajado serias tão igual ao que te invento hoje de cada vez que fecho os meus olhos?
A tua pele escura sem marcas do tempo...aquele teu sinal pequenino, tão teu, ao fundo do queixo...as tuas pestanas tão cheias de magia...os teus olhos daquela cor que não sei nome de tantos sonhos que trazem neles...os teus caracóis pintados a ouro. Ai, os teus caracóis! Tão perfeitos, onde gosto de enrolar os meus dedos enquanto olho para o teu sorriso de menino! Tu não mudas! O tempo passa e tu mantens-te igual, indiferente aos outros e à vida como se dela já não fizesses parte! Mas é assim que gosto de inventar-te para mim! E só tu, mesmo menino, consegues olhar-me com a sabedoria do mundo e traçar-me o caminho que devo percorrer. Corres por entre os caminhos atrás da tua bola de sonhos e olhas para trás à minha procura para que eu te siga sem medo, sem receio de errar. É impressionante a tua determinação, a tua vontade de te manteres vivo. É invejável a forma como, quase por magia, me olhas e conheces tudo aquilo que sou e que insisto em esconder daqueles que vivem como eu! É surreal, quando tu nunca me conheceste! Mas tu que aprendeste a viver comigo e que me deixaste inventar-te assim à minha maneira, acompanhas-me nesta vida. Os dois lado a lado. Somos companheiros de vida, de sonhos, de desejos, de amores, de desgostos e de saudades. Ai, e que saudades tenho de ti! Saudades de te poder abraçar e sentir como nunca pude fazer. Saudades de te conhecer como realmente foste, um dia! Porque, afinal, tu só existes quando fecho os olhos. Existes à minha maneira. Mas eu sei que estás aí e que me olhas com aquela ternura protectora, que me abraças docemente em amor fraterno e me dás a mão para juntos continuarmos a inventar-nos um ao outro. Porque tu serás sempre meu e juntos vamos continuar, até sempre, a correr na mesma direcção. Como naquela tarde na praia em que fechei os olhos e te (re)inventei comigo. Onde ficámos tempos infindáveis a olhar o horizonte e onde me ensinaste que, mesmo menino, estarias sempre comigo lado a lado!

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