sexta-feira, 25 de julho de 2008

Janela

Toquei-te a pele num gesto de carinho. A pele fria denotava a tristeza que ia em ti. O olhar vazio preso no horizonte. Já não sorris como outrora. Já não falas como noutros tempos. Sentado aí deixas-te ficar no teu lugar e ignoras a minha presença que te sabe bem. Sempre foste orgulhoso, mas sei que isto é a alegria dos teus dias. As mãos trémulas há muito que não largam os braços da cadeira como se isso fosse todo o suporte que te resta, a ligação sumida a esta vida.
O tempo arrasta-se pelos dias e leva-te com ele. Eu chamo-lhe egoísta, porque te quero aqui por mais um pouco. Temo que a amargura se apodere de ti e desistas de te levantar nessa luta quotidiana contra o mundo.

lll
“Gosto muito de ti!” e se valer de alguma coisa que esta seja a força que te faz acordar todos os dias…

1 comentário:

Anónimo disse...

Escreves tao bem o (des)amor!